INVICTUS - William Ernest Henley

O poema de Willian Ernes Henley fez parte do filme INVICTUS, homônimo do poema, estrelado por Morgan Freeman que interpreta Nelson Mandela Produzido e dirigido por Clint Eastwood, o poema é citado varias vezes e se torna a inspiração central, dada por Mandela, ao capitão do time de Rugby, o Sprinbok, François Pienaar, interpretado por Matt Damon. A trama se desenrola no ano pós-partheid de 1995, durante a copa do mundo de rugby, na África do Sul. O poema é de fato, para mim, uma inspiração muito forte e por isso resolvi dar a minha versão de sua tradução para o Português.


INVICTUS

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance

I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears

Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,

How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate.

I am the captain of my soul.

INVENCÍVEL


Dentro da noite que me invade
Negra, de polo a polo, como poço insondável
Agradeço à toda e qualquer divindade
Pela minha alma indomável.

Nas garras de fel da fortuna

Não alardeei meu pranto, tampouco me deixei acanhar,
Pelo acaso sendo surrado à borduna,
Minha cabeça sangra, mas não se deixa vergar,

Além deste lugar de ódio e sofrimentos

Só assoma das trevas o horror
E mesmo assim, a ameaça dos tempos

Me encontra e me encontrará sem temor


Quão estreito seja o portão, não me amofino

Nem quão repleta de martírios a palma,

 

Sou MESTRE do meu destino!!!
Sou CAPITÃO da minh'alma!!!


Tradução e adaptação Humberto Ferro Neto

William Ernest Henley, nasceu em Gloucester, Inglaterra, em 23 de agosto de 1849, primogênito de seis irmãos, filho de um modesto vendedor de livros. Apesar da difícil condição financeira, seu pai conseguiu enviá-lo para uma escola secundária, Crypt Grammar School, que não pode concluir por motivos de saúde e financeiros. Tinha apenas doze anos de idade quando foi diagnosticada sua artrite decorrente do bacilo da tuberculose. Aos dezesseis teve a perna esquerda amputada abaixo do joelho. Em 1867, perdeu seu pai, tornando-se arrimo de sua mãe viúva e de seus irmãos. Em 1869 mudou-se para Londres onde conseguiu emprego como jornalista autônomo. Em 1872 sua doença o compeliu a viajar em tratamento para Edimburgo, Escócia, onde escreveu a coleção de poemas In Hospital e se apaixonou por Anna Boyle, com quem viria a se casar. Em 1875 tornou-se amigo íntimo de Robert Louis Stevenson que fora levado ao hospital para lhe conhecer. Nesse mesmo ano teve alta e retornou a Londres, onde se tornou editor da revista London. Em 1878 casou-se com Anna Boyle com quem teve sua única filha, Margaret, em 1888, que faleceu de meningite apenas 5 anos depois. Em 1889, tornou-se editor da revista Scots Observer, onde, nesse mesmo ano, escreveu uma crítica desfavorável de O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde que desencadeou uma célebre controvérsia entre ambos. Henley era um homem entusiasmado e apaixonado, com opiniões veementes e emoções intensas, e teve discussões com muitos outros contemporâneos. Permaneceu como editor de Scots Observer (cujo nome havia mudado para “National Observer”) até 1894, após o que morou em várias cidades inglesas com sua esposa. Morreu em 1903 de tuberculose.

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